Homeopatia Infantil e Saúde de Adultos

sábado, 12 de abril de 2025

Excesso de Medicamentos: A Visão da Homeopatia

Há algo de inquietante na forma como nos habituámos aos medicamentos. Tornaram-se parte da nossa rotina, quase como o pequeno-almoço. Estão nas gavetas, nas malas, nos bolsos dos casacos. Para cada sintoma, há um comprimido. E para os efeitos secundários desse comprimido… outro comprimido. 

Mas será que sabemos, de verdade, o que está na origem do problema?
 Será que a doença levou à toma de tantos medicamentos, ou será que foi o excesso de medicamentos que abriu portas a novas doenças? 

Esta pergunta paira no ar mas muitos preferem ignorar. Mas é urgente pensá-la. Porque ao longo dos anos, vamos empilhando prescrições como se estivéssemos a tentar tapar buracos num barco que mete água por todos os lados — sem nunca perceber de onde vem, realmente, a infiltração.

E o que dizer das crianças? Cada vez mais cedo aprendem que “não se pode sentir dor”. Um desconforto? Um xarope. Uma alergia? Cortisona. Uma febre? Antipiréticos de imediato. E assim, sem querer, ensinamos os mais novos a silenciar o corpo, em vez de o ouvir.
 Mas o corpo infantil está em formação — será que estamos a medir as consequências, a médio e longo prazo, desse bombardeamento químico?
 O intestino, o fígado, o sistema imunitário… tudo ainda tão imaturo e já sobrecarregado. Estamos a construir saúde… ou dependência?

Nos idosos, o cenário não é muito diferente. É quase como se envelhecer viesse, inevitavelmente, com uma lista de medicamentos na mão. Uma sentença. “É da idade”, dizem. 

Mas será que é mesmo? Ou será que, muitas vezes, o corpo está apenas a tentar adaptar-se ao peso de tantos princípios activos a circular diariamente?
 Polimedicação é uma realidade nas faixas etárias mais avançadas — e os riscos de interacções, quedas, confusão mental e perda de autonomia aumentam proporcionalmente ao número de comprimidos que se tomam por dia.

Não, isto não é um manifesto contra a medicina. Longe disso.
 Os medicamentos têm o seu lugar, e salvam vidas. Mas o que proponho aqui é uma reflexão. Um novo olhar.

E se, em vez de nos focarmos tanto na medicina da doença… apostássemos mais na medicina da saúde?

Uma vida com boa alimentação, sono de qualidade, gestão do stress, movimento diário, tempo na natureza.
 E se valorizássemos abordagens que olham para o ser humano de forma integral — como a Homeopatia, que não combate os sintomas, mas procura compreendê-los, para ajudar o corpo a reencontrar o seu equilíbrio?

A Homeopatia não vem substituir tudo. Mas pode somar. Pode ser uma alternativa viável, especialmente quando o objectivo é reduzir a carga medicamentosa sem negligenciar o cuidado.
 É um convite a escutar o corpo com mais delicadeza, e a tratar não só a dor, mas também a história por detrás dela.

Talvez o caminho da saúde não passe por tomar mais… mas por precisar de menos.