Homeopatia Infantil e Saúde de Adultos

sábado, 22 de novembro de 2025

Saúde: entre certezas e modas

Vivemos numa era em que a informação sobre saúde deixou de ser exclusivamente transmitida por profissionais para se transformar num território aberto, onde qualquer pessoa pode assumir o papel de especialista.

E, no meio desse ruído, surgem certezas incalculáveis, bradadas com convicção quase religiosa.

Afinal, o que significa “ser saudável” hoje?

Se percorrermos as redes sociais, encontramos uma multiplicidade de caminhos — cada um apresentado como o único verdadeiro:

  • alimentação exclusivamente vegetal;
  • dieta carnívora;
  • jejuns prolongados;
  • suplementação intensiva;
  • hormonas bioidênticas;
  • anti-aging agressivo;
  • atletismo extremo;
  • exercício suave e consciência corporal;
  • espiritualidade com abstinências várias;
  • megadoses de vitaminas;
  • protocolos de detox;
  • e tantos outros.

Cada uma destas abordagens tem defensores apaixonados, testemunhos estrondosos, e narrativas que garantem a cura de todas as dores do corpo e da alma.
E o mais curioso é que muitas destas práticas são, entre si, radicalmente contraditórias — mas todas surgem revestidas de uma certeza absoluta.

O paradoxo das certezas

A saúde transformou-se num campo onde cada voz tenta ser mais definitiva do que a anterior.
Por vezes, não se vende apenas um estilo de vida: vende-se uma promessa de redenção biológica, como se um único método encerrasse a chave para a longevidade e para a resolução de todas as fragilidades humanas.

Mas será que existe realmente um único caminho?

A ciência, a experiência clínica e a observação humana mostram repetidamente que não.

A saúde não é um conceito estático

A verdadeira compreensão da saúde não cabe numa fórmula única.

Ela depende de:

  • genética,
  • microbiota,
  • história emocional,
  • contexto social,
  • estado hormonal,
  • idade,
  • experiências passadas,
  • ritmo de vida,
  • e até de valores pessoais.

O que produz equilíbrio numa pessoa pode produzir desequilíbrio noutra.
O que é terapêutico hoje pode deixar de ser eficaz amanhã.
O que transforma um corpo pode destabilizar completamente outro.

A saúde é um fenómeno dinâmico, complexo e profundamente individual.

O perigo das modas e das soluções absolutas

As tendências atuais têm algo em comum: oferecem caminhos rápidos, narrativas simples e certezas reconfortantes.
Mas a biologia humana não é simples, e é raríssimo que uma solução universal exista fora de contextos muito específicos.

Além disso, a promessa de “cura total” tende a ignorar o facto de que a saúde é influenciada tanto por fatores físicos como emocionais e ambientais.

Quando uma abordagem é vendida como “infalível”, o que vemos não é ciência — é marketing.

O princípio que raramente se discute: a individualidade

Dentro da Homeopatia — bem como noutras abordagens integrativas — existe uma noção antiga, mas profundamente atual:

Cada pessoa é um universo, e cada universo precisa de um caminho próprio.

Não existe dieta perfeita para todos.
Não existe suplemento que sirva a todos.
Não existe ritmo de treino ideal para todos.
Não existe prática espiritual universal.
Não existe estilo de vida que possa ser copiado como uma receita.

A verdadeira saúde nasce de autoconhecimento, observação, escuta e adaptação.

Entre a rigidez das modas e a fluidez da vida

Num tempo em que tantos gritam certezas, talvez a sabedoria esteja em cultivar o bom senso.
Em vez de procurar o método perfeito, talvez seja mais relevante perguntar:

  • O que o meu corpo precisa agora?
  • O que me traz harmonia?
  • O que me desgasta?
  • O que me fortalece?
  • O que faz sentido para mim, e não para a multidão?

Porque a saúde não vive de extremos, mas de equilíbrio. Não cresce em certezas rígidas, mas em escolhas conscientes.
Não floresce num único método, mas no espaço onde individualidade e bom senso se encontram.


sábado, 8 de novembro de 2025

Homeopatia: Razões para considerar esta abordagem

Ser pai ou mãe é embarcar numa jornada repleta de amor, descobertas e, inevitavelmente, preocupações. Desde os primeiros dias de vida, aprendemos a decifrar o choro, a febre inesperada, a tosse persistente que insiste em aparecer nas madrugadas frias. E, na ânsia de ver os nossos filhos saudáveis e felizes, muitas vezes deparamo-nos com o dilema do excesso de medicamentos. Mas e se houvesse um caminho diferente? Um caminho que respeita o corpo, que ensina a fortalecer em vez de apenas reagir? Este é o caminho da homeopatia.

A infância é um período de constantes desafios para o sistema imunológico. Infecções respiratórias recorrentes, otites, alergias, distúrbios do sono e até dificuldades emocionais podem tornar-se parte do dia a dia. A homeopatia surge como um tratamento seguro, sem efeitos secundários indesejáveis, eficaz em praticamente todas as áreas da saúde infantil. A sua ação estimula o organismo a  equilibrar-se, ajudando as crianças a superarem doenças de forma natural e a reduzirem a dependência de antibióticos, anti-inflamatórios, anti histamínicos, corticoides, etc.

E não é apenas para os pequenos. Quem nunca sentiu que a forma de vida atual cobra um preço muito alto? O stress diário, as preocupações, as dores crónicas, os problemas digestivos, as insónias e muitos outros sintomas, são sinais de que o corpo pede equilíbrio. A homeopatia, com a sua abordagem integrativa, ajuda em questões emocionais e doenças crónicas e agudas, sem intoxicar o organismo. O seu efeito é profundo e restaurador, promovendo uma saúde duradoura em vez de apenas mascarar sintomas.

A grande vantagem da homeopatia é que ela pode ser utilizada por qualquer pessoa, em qualquer idade e em praticamente todas as condições de saúde. É um tratamento personalizado, que olha para o paciente como um todo, levando em conta a sua história, a sua constituição e as suas necessidades individuais. O seu potencial preventivo é imenso, fortalecendo o sistema imunitário e promovendo equilíbrio antes que a doença se instale.

Optar pela homeopatia não significa deixar a medicina convencional. Pelo contrário, é adotar um olhar mais abrangente, um cuidado que ouve e respeita a individualidade de cada um. É oferecer às nossas crianças e a nós mesmos a possibilidade de um tratamento mais natural, que harmoniza o  corpo e a mente, que ensina a prevenir e não apenas remediar.

A decisão de procurar um tratamento homeopático nasce da necessidade de mudança. Não é sobre escolher o caminho mais fácil, mas o mais sensato. 

O corpo fala, e ignorá-lo tem um custo. No fim, a verdadeira pergunta não é se a homeopatia funciona, pois a experiência de milhares de pacientes e estudos clínicos demonstram a sua eficácia. A verdadeira questão é: até quando vamos insistir em tratar apenas os sintomas e ignorar a raiz do problema, quando temos à disposição um tratamento seguro, individualizado e que promove o equilíbrio do organismo?

Vale a pena pensar nisto...

domingo, 26 de outubro de 2025

Síndrome do Intestino Irritável: Quando o intestino fala…

Imagina que dentro de ti existe um mundo silencioso, mas pulsante. Um universo microscópico que responde a tudo o que sentes. Raiva, ansiedade, medo, alegria... Tudo impacta ali, no centro do teu corpo: o intestino. E se te disser que ele tem voz? Uma voz que grita quando algo dentro de ti não está bem. Essa voz pode ser a dor, o desconforto, o inchaço. Essa voz pode ser o Síndrome do Intestino Irritável (SII).

O SII é como uma tempestade interna. Não há lesão visível, não há ferida aberta, mas há um turbilhão a acontecer dentro de ti. Os sintomas são variados: dores abdominais, alternância entre diarreia e obstipação, inchaço, gases, náuseas e, acima de tudo, uma sensação de desconforto que pode tornar-se um fardo diário.

Mas há um detalhe que nem sempre é lembrado: a forte ligação entre a mente e o intestino. O stress e as emoções não processadas são como fios elétricos descarnados dentro de nós. A ciência já provou que o intestino é um segundo cérebro, repleto de receptores que captam e reagem às nossas emoções. O que significa que, quando a mente está em tumulto, o intestino reflete esse caos. É por isso que, muitas vezes, o SII está associado a períodos de grande ansiedade, tensão emocional ou traumas não resolvidos.

Aqui entra a Homeopatia, um caminho de equilíbrio e escuta do corpo. Diferente dos tratamentos convencionais que muitas vezes focam apenas em aliviar os sintomas, a Homeopatia procura entender a história por trás do problema. Cada pessoa é única, e o tratamento homeopático respeita essa individualidade. Não há um remédio padrão para o SII, mas sim um conjunto de abordagens homeopáticas escolhidas de acordo com a tua história, os teus sintomas e o teu estado emocional.

Se o intestino é uma voz que grita, a Homeopatia é o ouvido atento. Ela acolhe, harmoniza e traz alívio não apenas para o corpo, mas também para a mente. Ao tratar a pessoa como um todo, não apenas o sintoma, abre-se um caminho para uma vida mais equilibrada, onde o intestino já não precisa falar através da dor.

Se sentes que o teu corpo tem tentado dizer algo, talvez seja hora de escutá-lo de uma nova maneira. A Homeopatia pode ser essa ponte entre o que o teu intestino sente e o equilíbrio que ele tanto procura.


sábado, 11 de outubro de 2025

Porque estamos tão doentes? É na farmácia que encontramos a resposta?

Vivemos num tempo em que a medicina alcançou feitos extraordinários.

Cirurgias robóticas, transplantes complexos, inteligência artificial a diagnosticar doenças com precisão inédita.

E, paradoxalmente, os hospitais estão cheios.

As pessoas vivem cansadas, inflamadas, ansiosas, deprimidas.

Nunca tivemos tanto acesso à tecnologia médica — e nunca estivemos tão doentes.


Há algo de profundamente errado com a forma como estamos a entender a "saúde".


A ilusão da pílula salvadora


Hoje, qualquer desconforto tem um comprimido à espera numa prateleira de farmácia.

Um comprimido para dormir, outro para acordar.

Um para acalmar, outro para aguentar o ritmo.

Um para o colesterol que subiu, outro para o estômago que já não aguenta o que comemos.


Mas nenhum comprimido substitui a responsabilidade.


O comprimido que alivia a dor nunca resolve a causa.

Ele apenas silencia o corpo — e, quando silenciamos o corpo, a doença encontra outras formas de se manifestar.


A verdadeira origem das doenças


A ciência é clara: mais de 70% das doenças crónicas têm origem no estilo de vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Harvard School of Public Health e diversas instituições reforçam que fatores como alimentação inadequada, sedentarismo, stress crónico, privação de sono, álcool, tabaco e excesso de medicamentos estão entre os principais causadores de doenças cardíacas, diabetes, obesidade, depressão e doenças auto-imunes.


Em outras palavras: não é azar. É consequência.


Vivemos numa cultura que procura alívio imediato, mas evita transformação profunda.

Queremos curar sintomas, não causas.

Queremos continuar o mesmo estilo de vida — só que sem dor.


A medicina do agora, o corpo do depois


A sociedade moderna tornou-se viciada em soluções rápidas.

O corpo deixou de ser escutado — é apenas controlado.

Tomamos algo para calar a febre, para dormir, para acordar, para “aguentar o dia”.

E quando a mente colapsa, chamamos de “ansiedade”.

Quando o corpo protesta, chamamos de “doença”.

Mas quase nunca chamamos de "sinal".


E é precisamente isso que a Homeopatia entende tão bem.


A Homeopatia: o caminho da escuta e da prevenção


A Homeopatia é uma medicina que respeita o ritmo e a inteligência do corpo.

Não combate sintomas — interpreta mensagens.

Não impõe cura — estimula o organismo a reencontrar o seu equilíbrio natural.


Cada ser humano é único, e o tratamento deve refletir essa individualidade.

A Homeopatia não é apenas uma terapêutica alternativa: é uma filosofia de saúde que trabalha na prevenção, fortalece a vitalidade e educa para o autoconhecimento.

Ela ajuda a conservar a saúde antes que a doença se instale — antes que o corpo precise gritar.


O preço da pressa é a doença


Estamos a tentar viver de forma doente — apenas com menos sintomas.

Mas a verdadeira cura não é eliminar a dor; é compreender o que a provocou.

É devolver ao corpo o que lhe foi retirado: tempo, atenção, descanso, alimento vivo, emoção, propósito.


A farmácia pode salvar vidas — e muitas vezes é indispensável.

Mas não deveria ser o nosso modo de vida.


sábado, 27 de setembro de 2025

Homeopatia no regresso às aulas: quando a doença deixa de ser rotina

O outono traz o regresso às aulas, os reencontros, as brincadeiras no recreio… e, para muitos pais, também a preocupação: constipações atrás de constipações, tosse que não acaba, antibióticos que se tornam quase um hábito.

Quantas vezes já sentiste que as crianças (e muitos adultos), vivem num ciclo de doenças repetidas e idas ao médico?

Ao longo de muitos anos de prática clínica, acompanhando milhares de crianças e famílias, vejo uma realidade que se repete:

➡️ Crianças que passam o inverno inteiro entre febres, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, corticóides.
➡️ Pais cansados de correr para urgências, noites em claro, e a sensação de estar sempre um passo atrás da próxima infeção.

E também vejo, todos os dias, o que acontece quando a homeopatia entra em cena:

➡️ um corpo que aprende a reagir de forma mais equilibrada.
➡️ crianças que deixam de viver permanentemente doentes.
➡️ famílias que voltam a ter tranquilidade.

A homeopatia não é apenas um tratamento; é uma forma de olhar para cada criança como um ser único. Na consulta, escutamos mais do que sintomas: escutamos a história, a personalidade, as pequenas pistas que fazem toda a diferença.
É a partir dessa visão completa que escolhemos o medicamento homeopático — personalizado, respeitando a individualidade de cada um.

Não se trata de prometer que nunca mais haverá gripes ou constipações — isso faz parte da infância.
Mas é possível que o corpo da criança reaja melhor, que as crises sejam menos frequentes, menos intensas e que a dependência de medicamentos de emergência diminua de forma visível.

Com a mudança de estação e a aproximação do inverno, este pode ser o momento de experimentar uma abordagem diferente.
Porque cuidar não é só tratar; é também fortalecer, prevenir e devolver confiança às famílias.


sábado, 13 de setembro de 2025

Uma conversa franca sobre Homeopatia

Se estás aqui, talvez alguém te tenha falado de mim. Talvez tenhas ouvido uma boa experiência, talvez apenas uma sugestão dita de passagem. E, no entanto, sentes essa hesitação: “Será que vale a pena? Será que não estarei a cair em algo sem fundamento?”

Eu entendo. A dúvida é legítima. E, se me permites, começo por te dizer: não quero que largues nada, nem que escolhas “a minha” medicina contra “a outra”. Não é assim que funciona. A Homeopatia não veio para dividir, mas para acrescentar.

Pensa assim: quando o corpo fala através de sintomas, a medicina convencional é como um bombeiro — chega rapidamente, corta a dor, controla a crise. A Homeopatia, por sua vez, pergunta: De onde veio este fogo? Que combustível está a alimentar as chamas? Não são funções opostas, mas complementares.

Se tens medo de ser enganado, fica tranquilo: não vendo milagres. Os medicamentos homeopáticos são seguros, delicados e usados há mais de duzentos anos em todo o mundo. Não é bruxaria, não é placebo. É uma forma diferente de escutar o corpo e devolver-lhe equilíbrio.

Se tens receio de desperdiçar tempo, pensa no contrário: o tempo que ganhas ao conhecer-te melhor, ao entender que não és apenas um diagnóstico, mas uma pessoa inteira, com corpo, emoções, memórias e sonhos.

Na consulta, não vais encontrar pressa. Vais encontrar espaço para contar a tua história — e, muitas vezes, esse simples gesto já é transformador. Porque ninguém é só a sua doença.

Por isso, se chegaste até aqui cheio de dúvidas, não as largues. Traz as tuas perguntas. Traz o teu ceticismo. Eu não preciso que acredites antes de experimentar. Só preciso que estejas disposto/a a ser ouvido/a de verdade.

E talvez, no meio desse processo, descubras que a Homeopatia não é um salto no escuro, mas sim uma nova forma de acender luzes.